IDADE GERACIONAL: QUAL É A SUA?

Mais do que nunca, é preciso entender quem é o seu interlocutor para conversar e respeitar, independentemente das diferenças.

Saiba mais sobre as gerações BABY BOOMER, X, Y, Z e ALFA, e aprimore suas capacidades de comunicação e relacionamento social.

 

Carolina Brauer

Fabrício Soares

 

Conflitos são comuns entre pais e filhos, professores e alunos, colaboradores de uma mesma empresa que estão em diferentes épocas da vida. Os pontos de vista da infância, adolescência, vida adulta e senil estão propensos a “bater de frente”, devido aos distintos lugares de fala, que expressam diferentes subjetividades e marcadores sociais.

Algumas vezes, a convivência entre essas pessoas chega ao ponto do esgarçamento das relações, e muito tempo precisará ser despendido para mediar conflitos. A falta de entendimento mútuo pode até mesmo levar à inviabilização de trocas de conhecimento e percepções, o que pode fragilizar de forma irreversível a comunicação entre as equipes.

Haveria uma maneira de engajar pessoas de diferentes idades? Haveria uma forma de harmonizar os pontos de vista entre pessoas de idades distintas, em nome da boa convivência, da qualidade das relações e da ampliação de horizontes?

 

Gerações: objetos de estudo há mais de um centenário

O tema é tão quente que desde que passou a ser estudado, nos fins dos anos 1800, vem mobilizando produções científicas até os dias atuais, em uma gama de campos do saber: História, Direito, Comunicação, Relacionamento com Comunidades, Psicologia, Planejamento Organizacional, Sociologia, Filosofia, Tecnologia e Cultura. Há, no mercado editorial, uma série de livros que abordam essa questão. Vários estudos disponíveis na web abordam a temática.

Para esses estudiosos e escritores, é possível concatenar mudanças sociais, políticas, econômicas, comportamentais e tecnológicas a grupos de idade com características compartilhadas. Cada grupo tem suas características, e quanto maior for a clareza com relação aos modos de pensar e agir de cada geração, mais sucesso terá a ação comunicativa intergeracional.

Benefícios a todos os que lidam com pessoas

Saber o significado do termo “gerações” – quais são suas características, em que contextos vivem e se relacionam é determinante para se estabelecer um processo efetivo de comunicação e relacionamento com esses públicos.

Com esse aporte teórico, comunicadores, educadores, vendedores, psicólogos, sociólogos, planejadores, gerentes e líderes de empresas têm mais condições de dirimir divergências e de adequar suas expectativas e estratégias às características de cada geração. De posse dessas informações, é possível até delegar funções e propor capacitações que mais façam sentido para cada pessoa.

Cada indivíduo é único, decerto, sendo composto por peculiaridades, vivências subjetivas, fisiologias singulares e capacidades específicas. É um ser que possui uma identidade própria que o distingue dos demais. É necessário reconhecer que, ao fim e ao cabo, todos são diferentes. Mas há algumas características sócio-históricas que são capazes de unificar grupos de indivíduos com idades próximas, possibilitando o estabelecimento de perfis com similaridades nas formas de se portar diante de fenômenos e de bolar estratégias de ação, firmar relações pessoais, agir, estudar, trabalhar, prospectar em relação ao futuro e até sonhar.

 

Muros

De acordo com ENOQUE (2023), o conceito de “geração” refere-se a “uma abstração que referencia um conjunto de pessoas que, por terem nascido em uma mesma época, partilham gostos, comportamentos e interesses comuns”. As gerações são moldadas por três fatores determinantes:

1 – Cultura (modernidade e pós-modernidade);

2 – Ferramentas cognitivas (analógico e digital);

3 – Contexto (fatos sócio-históricos que moldaram cada geração).

A pesquisadora explica que a humanidade nunca conviveu, ao mesmo tempo, com as cinco gerações delimitadas pelos estudos desde que se popularizaram. E embora hoje as gerações convivam, em alguns casos não convencem, ou seja, as gerações mais divergem do que convergem em suas percepções e observações (ENOQUE, 2023). Com esse estado de coisas, a capacidade da sociedade de enfrentamento de problemas multifatoriais é prejudicada.

O desenrolar da história trouxe a humanidade a um período em que as questões se afiguram cada vez mais complexas, com múltiplas variáveis. A resolução dessas problemáticas depende da contribuição dos atributos de cada geração. A diversidade é necessária à resolução da complexidade. Mais do que nunca, é preciso dialogar. (ENOQUE, 2023).

 

Conexões

A saída para a mitigação dos conflitos geracionais está no estabelecimento de conexões entre gerações. Se cada geração tem valores, perspectivas e formas de entender o mundo e seus fenômenos distintos, a lição básica é começar pelo exercício da alteridade e da empatia. Colocar-se no lugar do outro é uma premissa, estabelecendo conversas respeitosas e abertas para considerar o que o outro tem a dizer. Mas como “adivinhar” quais são as melhores abordagens para lidar com cada grupo geracional? Quais são suas visões de mundo e aspirações?

Perguntando, ouvindo, legitimando o outro, é claro. A prática de comportamentos que incentivem a troca de saberes intergeracionais, respeitem as diferenças e valorizem a contribuição de todos é essencial. A obtenção de conhecimento sobre o assunto, por exemplo, por meio da leitura deste artigo, é outro grande passo.

A cooperação intergeracional promove a compreensão, a harmonia e a inclusão de diferentes contribuições de cada grupo geracional. Lembre-se: os problemas são cada vez mais complexos e as habilidades de todos são imprescindíveis. O crescimento ocorre quando as diferenças e a diversidade cruzam o caminho do indivíduo. O conflito é necessário sob certos limites, porque por meio dele os diferentes pontos de vista e subjetividades submergem. Mas o objetivo é desenvolver relações cooperativas, nas quais todos tenham suas contribuições respeitadas e levadas em conta.

FOCO Inteligência de Relacionamento: aprimoramento constante e difusão de saberes

A FOCO é uma empresa que trabalha diretamente com a comunicação e o relacionamento entre empresas e pessoas das mais diversas gerações, estabelecendo conexões entre as marcas e seus diversos stakeholders. A empresa, uma consultoria especializada na gestão de relacionamento com comunidades, tem como missão o compartilhamento de valores, boas práticas e técnicas para aprimorar a comunicação e aperfeiçoar o relacionamento com públicos estratégicos para os negócios.

A equipe de profissionais que movimenta a FOCO é multidisciplinar e diversa, para que a empresa possa propor e executar ações que considerem as diferentes particularidades de cada cliente. Nesse processo, é necessária a capacitação contínua de todos os envolvidos, sem exceção.

A mais recente atualização profissional realizada pelo time da FOCO foi feita por meio do curso “Gerações BB, X, Y, Z e Alfa”, ministrado por Cynthia Freitas Enoque, publicitária com múltiplas formações em Comunicação, Linguística, Educação e Marketing, e parceira da FOCO de longas datas. Todo o time aprendeu sobre idades geracionais e atualizou seus conhecimentos sobre o ser humano, estando mais aptos a lidar com as particularidades de cada geração e a compreender mais as demandas dos clientes.

A seguir, compartilhamos um pouco do que aprendemos com Cynthia Enoque sobre as gerações e o que define cada uma delas:

  • Baby Boomers

Nasceram entre 1940 e 1960. Hoje, possuem entre 57 e 77 anos.

– Vieram do pós-guerra e quiseram fazer a revolução pela arte e pela música;

– Possuem vasto repertório cultural;

– “Emprego é para toda a vida”;

– Valorizam a ascensão social;

– Respeitam hierarquia;

– A forma de raciocinarem é linear: princípio, meio e fim (não se dão bem com múltiplas janelas abertas no computador);

– Sabem adiar recompensas por anos a fio;

– Valorizam a estabilidade e respeitam as tradições.

  • Geração X

Nasceram entre 1960 e 1980. Hoje, possuem entre 37 e 57 anos.

– Vivenciaram os fenômenos da hiperinflação, da escassez de recursos, da abertura econômica, da disseminação da aids, da queda do Muro de Berlim, das Diretas Já;

– Foram criados pela “TV”: pais estavam fora, trabalhando;

– Não se arriscam;

– Planejam;

– Adiam recompensas;

– Buscam valorização e ascensão social, promoções e salários;

– Prezam pela Carteira de Trabalho;

– Vestem a camisa da empresa;

– São os primeiros migrantes digitais (nasceram em um mundo analógico e se integraram ao mundo digital) e transitam bem pelas tecnologias. Adaptam-se às modalidades presencial e EAD. Gostam de aprender sobre ferramentas digitais enquanto se desenvolvem em outros conteúdos;

– Gostam de bibliotecas grandes, mas também têm e-books;

  • Geração Y: Millennials

Nasceram entre 1980 e 1995. Hoje, possuem entre 22 e 37 anos.

– Não têm apego à presença física;

– Não se fixam às empresas e trocam de emprego com facilidade;

– Rejeitam hierarquias que não estão lastreadas por lideranças genuínas;

– São nativos digitais (nasceram com a tecnologia já posta);

– Experimentam mais abundância que os pais;

– Seus pais participaram mais de sua criação do que a geração anterior;

– Querem deixar um propósito no mundo;

– São empreendedores;

– Suas carreiras são não-lineares (o que proporciona menos promoções);

– Gostam de aprender por conta própria (vão ao Google e aprendem);

– Possuem raciocínio randômico (incerto) e multimodal (integração de som, imagem, texto e animação);

– Esperam pelo feedback profissional;

– Querem experiências, em vez de estabilidade;

– Seus escritórios são o mundo.

  • Geração Z: Zoomer ou Centennial

Nasceram entre 1996 e 2010. Hoje, possuem entre 7 e 21 anos.

– Querem receber conteúdos diversos pelo celular;

– Gostam de vídeos curtos;

– Possuem raciocínio não-linear (“link em cima de link”, gostam de sentir que estão no controle);

– Aprendem em pílulas, não gostam de cursos longos;

– Gostam de aprender com o auxílio de múltiplas tecnologias;

– Processam informação de forma rápida;

– Precisam de propósitos emanados pela liderança;

– Não gostam de regras;

– Têm dificuldades emocionais e de relacionamento interpessoal causadas, em alguma medida, pelo fato de que suas conversas são preponderantemente mediadas pela tela.

  • Geração Alfa

Nasceram depois de 2010. São as crianças atuais, com até 7 anos.

– Já nasceram com os celulares nas mãos;

– São espontâneos e autônomos;

– Têm facilidade em se adaptar a cada situação;

– Envolvem-se muito com a tecnologia sem um necessário amadurecimento cerebral e emocional;

– Tendem a herdar as características da Geração Z;

E você, se identificou com a geração à qual sua idade corresponde? Acredita que conhecer os perfis geracionais pode contribuir para seu planejamento de comunicação e relacionamento com comunidades? Vá às nossas redes socias e compartilhe suas impressões!

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ENOQUE, Cynthia Freitas. Gerações BB, X, Y, Z e Alfa. Assessoria Contas Médicas, Serviços, Treinamentos e Comunicação. Curso on-line, síncrono, com carga horária de 01h30, via Google Meet. Belo Horizonte: 31/07/2023.